.

06 agosto 2024

Agosto Dourado: A importância da informação sobre amamentação e do acolhimento de lactantes e bebês na escola

✎ Por Fernanda Fusco
O leite humano é o melhor alimento que bebês podem receber, já que fornece todos os nutrientes necessários para um desenvolvimento saudável, além de anticorpos e água. No entanto, embora devesse ser naturalizado e apoiado pela nossa sociedade (especialmente por ser uma questão de saúde pública), o aleitamento muitas vezes se transforma em um desafio para quem amamenta. As dores, a falta de informação, o retorno ao trabalho e a ausência de acolhimento são alguns dos obstáculos que lactantes precisam enfrentar, o que resulta muitas vezes no desmame precoce de bebês e/ou na introdução de fórmulas infantis ou compostos lácteos (que são alimentos ultra processados) sem que haja uma necessidade real para isso.

Imagem meramente ilustrativa gerada pela inteligência artificial MidJourney para o Fala, Prô!

O Agosto Dourado desempenha um papel crucial na promoção e apoio ao aleitamento humano, incentivando a conscientização sobre seus benefícios, o diálogo e dando visibilidade aos desafios enfrentados pelas pessoas que amamentam. O mês serve também como um lembrete da importância de promover espaços acolhedores e com boas informações (baseadas em evidências científicas) para que a amamentação possa ser uma experiência bem-sucedida.

Por isso, no podcast de hoje vamos mergulhar no universo do aleitamento humano, explorando os obstáculos enfrentados pelas pessoas lactantes; a importância da disseminação de informações, apoio e acolhimento; o papel das escolas na promoção e proteção desse ato tão essencial; e os avanços conquistados com a CEI Amigo do Peito, campanha educativa desenvolvida pela CODAE da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo. Confira nosso novo episódio clicando no play logo abaixo e, para mais informações, continue lendo esta publicação e acessando os links sugeridos!

Episódio desenvolvido como trabalho final para a disciplina de ATPA III ministrada por Thaís Brianezi do curso de Educomunicação (USP)

27 abril 2024

Relato de prática: Dei a primeira aula da minha vida!

✎ Por Mayara Gonçalves
Depois de tanto tempo amando o universo da pedagogia e absorvendo tanto aprendizado através da convivência com muitos profissionais formados na área - a ponto de até ganhar o privilégio de poder escrever no Fala, Prô! sobre minhas vivências enquanto pessoa com deficiência -, eu dei minha primeira aula. Não do jeito tradicional, mas a partir dos meus aprendizados em um curso superior direcionado e depois de várias experiências em estágios. De um jeito diferente, como tudo que rola na minha vida.


Dois mil e vinte e três foi um ano super movimentado fisicamente (aaah, minhas viagens…) e psicologicamente (só a terapeuta sabe como tá a mente da palhaça 🤡). Seus meses finais fizeram questão de me reservar uma grata surpresa que vou compartilhar com você hoje!

31 outubro 2023

Viajando pelo Brasil: Meu afastamento e passear como um respiro da rotina

✎ Por Mayara Gonçalves
Mayara Gonçalves em suas aventuras pelo Nordeste e Sul do Brasil!

Se você assistia a Supernatural, deve lembrar que toda recapitulação de temporada ou nova temporada começava assim... Pois bem!

A estrada até aqui!

Durante 2023 estive ausente por alguns meses do Fala, Prô! por questões pessoais. Afinal, o sistema no qual estamos inseridos não perdoa ninguém. Na maior parte do tempo minha cabeça esteve no trabalho que desempenho fora do contexto do nosso blog e nas minhas relações. Além disso, cortei um dobrado (que ainda está em curso) para lidar em terapia com as dores psíquicas, síndrome de impostora e rejeições de todos os tipos - bastante reforçadas diariamente pela nossa estrutura social capacitista, com a qual lido desde a infância. 

Durante boa parte do ano, simplesmente senti que fiz tudo, mas não adiantou nada. Porque ainda estou no mesmo ponto - muito mais calejada, mas ainda assim no mesmo ponto. Sinceramente, não há nada pior do que se saber boa no que faz e em como se relaciona com o mundo e com as pessoas, mas simplesmente se sentir travada no mesmo contexto, na mesma rotina e realidade que te adoece. Quão desafiador é ter que lidar com o tempo que as coisas demoram para mudar. Porque, diferente daquilo que hoje somos levados a acreditar, certas coisas não dependem só de amor, esforço, genialidade e grandes números. No lugar disso, a vida em si precisa de muita paciência, choro, terapia, espera, força para cortar aquilo que não faz mais sentido e uma pitada certeira do famoso QI (Quem Indica). 

Entretanto, ainda estou aqui lutando, tentando achar paz em meio ao caos. Sei que há muito o que fazer, o que resolver na minha vida pessoal e profissional, mas só pensar no não feito é o que me deixa maluca. Então hoje vamos falar do feito. Do feito que sempre me salva e me ajuda a respirar melhor: minhas viagens de férias. Ao escrever essas ultimas palavras, minha cabeça na realidade está assim:

"Meu Deus, só você sabe como eu queria ser rica para tirar um ano sabático, casar com meu noivo e montar minha vida em um lugar lá longe, mais acessível e feliz, com outro rítmo de vida e sem me importar com os problemas que não são meus!"

O problema é que eu não vou ser rica e nem tirar um ano sabático porque estamos no capitalismo selvagem ainda, onde eu sou só um peão que será descartado a qualquer momento. Ninguém se tocou que esse sistema é uma merda e, por isso, vou ter que trocar a roda desse carro com ele andando de novo. Então bora lá! Se dar conta de todo esse caos e ainda assim ver sentido em fazer algo para tentar sair dele é um desafio. Se dar conta de que certas dores sempre vão existir e que vamos senti-las independente do que façamos, também é. Por isso, durante esse ano aprendi que essa minha paixão por viagens talvez seja uma busca, já em curso, por esse lugar de paz. Essa minha paixão por viagens não sou só eu levando minha tristeza, frustrações e não feitos para passear, mas sim eu abrindo minhas próprias portas. 

11 maio 2023

Segunda Chamada: educação e resistência na sua telinha

✎ Por Mayara Gonçalves
Você, que é educador ou educadora, já se sentiu realmente representado por uma série de TV? Pois a minha indicação no texto de hoje certamente tocará a sua trajetória pedagógica e pessoal de maneira especial. Ao assisti-la certamente você se lembrará de alguns desafios que enfrentou durante a sua jornada de trabalho ou até mesmo reviverá sentimentos de quando era estudante. Então prepare-se!

Imagem de divulgação com elenco da série Segunda Chamada

Escrevo este texto exatamente 2 semanas após ter terminado de maratonar as duas temporadas da série Segunda Chamada, disponível no GloboPlay. E, mesmo depois deste tempo, ainda estou refletindo sobre o impacto da produção na minha vida.

Protagonizada por Debora Bloch, a série tem um elenco robusto e conta mais sobre a rotina de uma escola pública fictícia chamada (sugestivamente) de Carolina Maria de Jesus, dando ênfase à história da turma de ensino noturno na modalidade EJA. E a beleza da produção começa por este pilar: feito a trajetória da escritora que nomeia a escola, Segunda Chamada traz em sua essência a segunda chance que a vida deu à jovens adultos através da educação. Além disso, nos convida a ter uma nova perspectiva sobre os dramas vividos pelo corpo docente em um contexto precarizado de ensino. 

19 março 2023

Entrevista: Luciana Conceição, as Mini Histórias e reflexões sobre olhares e encantamentos

✎ Por Fernanda Fusco
Fala, professoras e professores! É com muita alegria que anunciamos o lançamento do primeiro episódio de nosso podcast no Spotify, que tem como intencionalidade estabelecer  diálogos com pessoas potentes de nossa área (ou até mesmo de fora dela!), conhecendo suas histórias e aprendendo com suas partilhas, estudos, reflexões e formas de enxergar o mundo!

Foto de entrevistada Luciana Conceição. Arquivo pessoal da educadora.
Hoje recebemos a coordenadora pedagógica e mestranda em educação Luciana Conceição, que tivemos o privilégio de encontrar em sua formação Mini Histórias: O ordinário da vida é o extraordinário. Conheceremos um pouquinho a respeito de sua trajetória na área, de suas concepções de infância e de ensino-aprendizagem, conversaremos sobre o valor do encantamento tanto para as/os educadoras/es como para incentivar nas próprias crianças e, é claro, saberemos mais sobre o que é essa forma de observar/registrar as descobertas das infâncias, as produções de culturas infantis e o desenvolvimento das crianças. Você pode acompanhar a entrevista tanto através de áudio como através deste texto, e trazemos também algumas dicas e imagens ao longo da publicação! 😉

Para ouvir o podcast completo, acesse o Spotify!

Seja muito bem-vinda ao nosso espaço, Luciana! Gostaríamos de conhecer um pouco sobre você: sua trajetória, de onde veio, sua formação e como chegou à área da educação.


Oi! Meu nome é Luciana Conceição, eu tenho 33 anos e resido na cidade de São Paulo. Minha primeira graduação foi em turismo e logo depois eu me especializei em gestão cultural. Em uma viagem - que eu chamo de uma "viagem de transformação de vida" - que eu realizei em 2014 pra Índia, eu migrei definitivamente para a área da educação (sempre com um foco na educação infantil). Me formei em pedagogia pela Faculdade de Educação da USP - logo após a viagem eu prestei o vestibular e ingressei na universidade - e atualmente eu faço mestrado em Educação, Linguagem e Psicologia também pela FEUSP. Lá eu tenho investigado as relações que se estabelecem entre as infâncias, o teatro, a cidade, a partir do processo criativo de um grupo de teatro pra crianças e como que essas relações ensejam novas formas de se pensar, de construir e de ver o mundo. E atualmente eu trabalho como coordenadora pedagógica.

03 março 2023

Incluir X Acolher: O que a sociedade tem a ver com isso?

✎ Por Mayara Gonçalves
Imagem meramente ilustrativa gerada pela inteligência artificial MidJourney para o Fala, Prô!


Segundo o Ministério da Saúde, “acolhimento” significa:

Uma ação de aproximação, um “estar com” e um “estar perto de”, ou seja, uma atitude de inclusão. Essa atitude implica, por sua vez, estar em relação com algo ou alguém. (Acolhimento nas práticas de produção de saúde, 2010)

Na prática, acolher alguém em determinado grupo social sempre foi um ato de identificação física e psicológica. Um movimento de impacto visual e mental para entender que aquele ser ao lado faz parte do grupo: quem acolhe sempre busca por semelhanças com a pessoa acolhida, usando-as como base para aprofundar a conexão e, a partir daí, identificar as diferenças, respeitá-las e fazer o manejo da relação.

Em todos os âmbitos sociais o acolhimento faz a diferença pois o/a indivíduo/a precisa do convívio com demais pessoas para ter o seu desenvolvimento social, psíquico e motor assegurado. Assim, quando olhamos mais de perto para o recorte do acolhimento da pessoa com deficiência no âmbito escolar, temos um convite aberto para ampliar a visão e perceber quais são os principais desafios relacionados a este assunto. 

25 fevereiro 2023

Vivências para facilitar a adaptação das crianças na Educação Infantil

✎ Por Fernanda Fusco
O primeiro bimestre do ano letivo é tradicionalmente conhecido nas escolas de educação infantil como o período de adaptação dos pequenos e pequenas, sendo planejado na semana de organização pelas/os educadoras/es e destacado na primeira reunião com as famílias. Embora seja um processo individual, em que cada criança leva um tempo diferente para se sentir acolhida, confiante e parte daquele novo grupo e ambiente, algumas vivências podem ser pensadas e oferecidas para facilitá-lo e fazer com que esse momento fora do seio familiar seja mais prazeroso e significativo!

Imagem meramente ilustrativa gerada pela inteligência artificial MidJourney para o Fala, Prô!
No post de hoje, vamos compartilhar algumas reflexões e possibilidades de vivências para realizar no período de adaptação considerando o início do ano letivo, mas que podem ser pensadas também para quando recebermos novas crianças na instituição! Ao longo da publicação, disponibilizamos também algumas dicas de vídeos e de leituras para ampliarmos os nossos olhares! Vem com a gente!

Você não precisa inventar a roda!

Não precisa planejar nada de mirabolante:
Faça com leveza o que já é habitual na escola!
É necessário termos em mente que, para facilitar o processo de adaptação das crianças, não precisamos fazer nada de inovador ou mirabolante. Na minha experiência enquanto educadora da infância, por exemplo, já participei de planejamentos onde cada dia da semana era pensado para oferecer uma experiência diferente (e a nível de escola!), como preparo de massinha caseira, receitas, confecção de brinquedos, gincanas, entre outras que beiravam atividades de recreação... No entanto, percebia que essas vivências acabavam ficando centradas na pessoa adulta (que era quem as direcionava) e em seu próprio tempo, sendo muito difícil acolher aquelas crianças que choravam ou que buscavam o aconchego de um colo.
imagem-logo